Tenho escutado os discursos
e as falas dos companheiros do teatro com certa preocupação, todos após
receberem o cachê do Auto de Sat’ Ana têm perguntado se vai ter o próximo? Quem
vai fazer? Outros falam que não vão fazer mais. Mas o que me preocupa mais é a avaliação
que alguns fazem de todo o processo, com a falta de respeito com quem garantiu
a realização do espetáculo e lutou até o fim para que todos recebessem seus cachês.
Vejo que os companheiros não entenderam que é tempo de mobilização de
toda a inteligência, de toda a criatividade, de toda a liberdade, para defender
a cultura que fazemos. O comportamento de quem acha que tudo cai do céu e que
os recursos para cultura, vão chegar até nós e que os autos aconteceram sem
trabalho e luta, é o mesmo que agir em conformidade com um retrocesso cultural.
Hoje não se trata só de garantir um auto para a festa da padroeira, trata-se
de garantir que os recursos do Fundo Estadual de Cultura sejam distribuídos
democraticamente com todos fazedores da cultura.
È necessário consideramos
que a formação de uma consciência criativa, popular e autônoma, é essencial para
a superação dessa vulnerabilidade de nossas posturas amadoras diante da nossa
arte. Devemos pensar se queremos que o
nosso trabalho seja o esteio para a elaboração de uma identidade cultural
baseada na multiplicidade das manifestações que fazemos na nossa comunidade.
Acredito que se faz necessário que reforcemos a compreensão,
essencial, de que fazemos parte de uma mesmo grupo, apesar de estamos em manifestações diferentes, produzindo nas mais variadas formas de arte, mais devemos busca a construção do nosso futuro, compartilhando história,
valores, formas de pensar, sentir e manifestar-se que são próprias e constituem
os vínculos que articulam todos nós integrantes da cultura.
A democratização da cultura. Ela se traduz em dois aspectos:
a democratização dos meios materiais da produção cultural (e o financiamento é
o principal deles) e a criação das condições que permitam o acesso de todos aos
bens e direitos culturais, possibilitando sua participação ativa na elaboração
cultural e o alargamento de seu horizonte cultural.
Nesse sentido, ressaltamos também a urgência necessidade de
todos participarem da eleição do Fundo Estadual de Cultura, escolher um representante
da nossa região para garantir a destruição democrática dos recursos é construir
caminhos para políticas publicas culturais.
Nesta sexta-feira 25 de maio é o último dia para o cadastro
de quem que ser candidato e eleitor. É um momento de atitude, de fazer de
verdade e não só falar dos que fazem.
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