quinta-feira, 24 de maio de 2012

Com quantos paus se faz uma canoa?



Tenho escutado os discursos e as falas dos companheiros do teatro com certa preocupação, todos após receberem o cachê do Auto de Sat’ Ana têm perguntado se vai ter o próximo? Quem vai fazer? Outros falam que não vão fazer mais. Mas o que me preocupa mais é a avaliação que alguns fazem de todo o processo, com a falta de respeito com quem garantiu a realização do espetáculo e lutou até o fim para que todos recebessem seus cachês.


Vejo que os companheiros não entenderam que é tempo de mobilização de toda a inteligência, de toda a criatividade, de toda a liberdade, para defender a cultura que fazemos. O comportamento de quem acha que tudo cai do céu e que os recursos para cultura, vão chegar até nós e que os autos aconteceram sem trabalho e luta, é o mesmo que agir em conformidade com um retrocesso cultural.


Hoje não se trata só de garantir um auto para a festa da padroeira, trata-se de garantir que os recursos do Fundo Estadual de Cultura sejam distribuídos democraticamente com todos fazedores da cultura.
È necessário consideramos que a formação de uma consciência  criativa, popular e autônoma, é essencial para a superação dessa vulnerabilidade de nossas posturas amadoras diante da nossa arte.  Devemos pensar se queremos que o nosso trabalho seja o esteio para a elaboração de uma identidade cultural baseada na multiplicidade das manifestações que fazemos na nossa comunidade.


Acredito que se faz necessário que reforcemos a compreensão, essencial, de que fazemos parte de uma mesmo grupo, apesar de estamos em manifestações diferentes, produzindo nas mais variadas formas de arte, mais devemos busca a construção do nosso futuro, compartilhando história, valores, formas de pensar, sentir e manifestar-se que são próprias e constituem os vínculos que articulam todos nós integrantes da cultura.
A democratização da cultura. Ela se traduz em dois aspectos: a democratização dos meios materiais da produção cultural (e o financiamento é o principal deles) e a criação das condições que permitam o acesso de todos aos bens e direitos culturais, possibilitando sua participação ativa na elaboração cultural e o alargamento de seu horizonte cultural.


Nesse sentido, ressaltamos também a urgência necessidade de todos participarem da eleição do Fundo Estadual de Cultura, escolher um representante da nossa região para garantir a destruição democrática dos recursos é construir caminhos para políticas publicas culturais.
Nesta sexta-feira 25 de maio é o último dia para o cadastro de quem que ser candidato e eleitor. É um momento de atitude, de fazer de verdade e não só falar dos que fazem.


Com quantos paus se faz uma canoa? Ou melhor com quantos artistas se faz politica cultural?

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