sexta-feira, 29 de julho de 2016

DESABAFO DE UM POETA...

Durante o processo de construção do movimento cultural, muitos expuseram suas caras, colocaram seus nomes ou grupos a riscos a mercê da arte, enfrentado os poderes, combatendo injustiças, despendendo esforços às sonhadas conquistas. Cultura não é um ‘sobejo da arte’ que se tem a oferecer. É um direito da sociedade ansiosa, merecedora de conhecimentos intelectuais, e, sobretudo, um dever do estado representativo.
As mudanças dos gestores públicos, após um ‘rosário de promessas’ nos tablados eleitoreiros, nos dá a sensação de que o constrangimento duradouro será minimizado. Tão somente a impressão. As realidades dos fatos não condizem aos sonhos, ceifando ainda mais as esperanças quase perdidas.
Como ficar calado diante das aberrações existentes em nossa cidade quanto aos espaços destinados às ações culturais. Os palcos coordenados pelo governo do estado que deveriam proporcionar a cultura para o nosso povo, são negados ora por descaso e falta de vontade política, ora por ignorância de quem está à frente de determinada instituição.
A falta de compromisso não é de agora. O Centro Cultural Adjuto Dias, um espaço milionário e conquista dos artistas seridoenses, que saíram às ruas, gritaram e mobilizaram a sociedade, funcionou durante um tempo indesejável, ou seja, um período muito restrito. Permanece fechado, como causa: a falta de elementos essenciais à segurança exigidos pelos órgãos fiscalizadores, apesar de tantas reivindicações e clamores da classe artística.
A falta de políticas destinadas à cultura continua em voga, como sendo um descaso por parte dos governantes, ao preferir a manutenção dos cabides eleitorais, com a distribuição de poder e nomeação de agentes culturais alheios à causa. Esses fatos levam-nos a acreditar que ainda estamos longe do ideal.
O movimento ARTISTAS NA GESTÃO CULTURAL – interação de inúmeras instituições – desencadeou o sentimento de mudança da realidade abusiva, através da luta de caráter democrático, exigindo respeito ao artista e aos cidadãos. Esse foi um passo fundamental para o fortalecimento da classe artística. Contudo, vale salientar que esse conjunto de ações deu origem ao contrassenso e, consequentemente, a represália aos artistas envolvidos durante doze anos na gestão da Casa de Cultura Popular de Caicó. Uma história bastante desagradável que precisa chegar ao conhecimento de todos. Em resumo, fomos literalmente expulsos daquela casa pela prepotência e arrogância de quem se diz mandatário e representante do governo estadual em nossa cidade. Os fazedores de cultura de Caicó foram chamados de baderneiros, produtores de lixo, retrocessos culturais, e, ainda feridos com assédio moral, pela homofobia do respectivo ‘coronel’ comandante do governo.
Episódio mais recente:

Uma programação previamente montada pela Casa de Cultura de Caicó durante os festejos da padroeira Santana, incluía a participação de vários poetas repentistas, assegurando-lhes espaço e remunerações. Essa programação foi desfeita em tempo imediato, causando total constrangimento aos poetas cantadores. Procurada pelo articulador da cantoria, a Associação Cultural do Seridó decidiu abraçar a causa, transferindo a apresentação para a Casa de Pedra – Coletivo de Arte, onde a ideia foi muito bem acolhida. Lamentamos que uma instituição pertencente ao governo do estado trate com tanta indiferença e desrespeito os profissionais que levam ao povo entretenimento, alegria, cultura e arte.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Encontro das Imagens de Sant’ Ana











Mais uma vez a emoção do encontro das imagens de Sant’Ana encheu as ruas de Caicó. Vindo da Zona Rural, dos bairros e comunidades, cada imagem trazia no seu andor o afeto da fé do povo que celebra a cada ano no mês de Julho sua padroeira.


O que chamou atenção este ano foi à participação dos homens que também conduziu imagens peregrinas de suas comunidades, o protagonismo dos homens neste momento de manifestação de fé, lembrou o homem colonizado e vaqueiro, que trouxeram as primeiras imagens de Santana para o Seridó.


Peregrinos de Santana recebidos sobre a luz do luar do Sertão

Depois de percorrer o caminho de Senhora Sant’ Ana de Currais Novos a Caicó os peregrinos são acolhidos pelo um Céu tipicamente sertanejo, tatás vezes cantado por Luiz Gonzaga.
"Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão".


Peregrinos a pé, de bicicleta e de moto chegaram no inicio da noite desta quarta-feira (20) para festeja Sant' Ana.


 A frete a imagem peregrina era conduzida e foi se juntando a outras imagem vinda de cada comunidade, era o encontro da fé de um povo devoto a avó de Jesus.