O
que deixa transparecer é que os nossos vereadores com algumas poucas exceções,
precisam compreender as bases históricas, conceituais, organizacionais e
legais que fundamentam, explicam e justificam o conjunto de programas,
projetos e atividades que coletivamente compõem a política posta em andamento
pela Secad/MEC a partir de 2004.
Os
temas suprimidos do Plano Municipal de Educação compreendem as questões da
diversidade – étnico-raciais, de gênero e diversidade sexual, geracionais,
regionais e culturais, bem como os direitos humanos devem ser analisados do
ponto de vista da inclusão social por meio de uma educação que seja
efetivamente para todos, de qualidade e ao longo de toda a vida .”Para isso,
pressupõe-se, a qualidade, que só é possível se houver equidade, isto é, se
a escola atender a todos na medida em que cada um precisa.
O
que os vereadores não levarão em conta foi o grau de envolvimento dos
movimentos sociais, as contribuições nessas temáticas é intenso pelo movimento
de mulheres, movimento LGBT, Consciência Negra, indígenas e etc. Em muitos
casos, bastante especializado, tendo em vista que o enfrentamento da
discriminação, racismo, sexíssimo, homofobia, miséria, fome e das diversas
formas de violência presentes na nossa sociedade foi protagonizado, por muito
tempo, por tais movimentos.
Assim,
a Câmara de vereadores, deve assumir sua responsabilidade em relação ao descaso
com o resgate das imensas dívidas sociais, dentre elas a educacional, que precisa
dialogar intensamente com esses atores a fim de desenvolver políticas públicas
efetivas e duradouras.
Outra
questão é ter o compromisso com as bandeiras de campanha. Lamentável que a
única mulher que durante a campanha para vereadora afirmava ser a representante
das mulheres, tenha votado a favor da retirada do termo gênero do PME, indo de
encontro a toda a luta histórica dos movimentos de mulheres, que luta pela igualdade de
gênero e respeito a mulher. Que vereadores que patrocinaram parada Gay quando
era conveniente, que patrocinaram as famosas alas gays nas campanhas na busca
do voto, tenham votado contra a possibilidade da escola tratar as diferenças e
diversidades com respeito e dignidade.
A
educação no campo da formação de profissionais, precisa discutir o que já está
presente dentro dos paredões das nossas escolas, como a formação em Gênero e
Diversidade na Escola, que são fundamentais para ampliar a compreensão e fortalecer
a ação de combate à discriminação e ao preconceito. As nossas escolas já
convivem com essa diversidade, no nosso município já tem famílias homo afetivas
com relações estáveis. Portanto se não houver a transformação de mentalidades e
práticas, o papel estruturante da educação em desenvolver as ações que promovam
a discussão desses temas, motivem a reflexão individual e coletiva e contribuam
para a superação e eliminação de qualquer tratamento preconceituoso, estaremos
promovendo uma educação desconectada da realidades do nosso município.
A câmara de vereadores fechou as portas para inclusão do diferente, do que não tem a mesma cor, mesma religião, mesmo sexo, mesma raça, do que não é fisicamente igual, em fim do que pode pensar diferente.
Cabe afirmar e usar a expressão "Tiro no pé" , isso mesmo, todos que defenderam a supressão de gênero e diversidade vai mancando diante dos movimentos sociais para as próximas eleições. Há! Outro aspecto que devemos lembra é que esses movimentos tem memoria, principalmente quando suas lutas e bandeiras lhes são negadas.