Com surpresa, sentimento de
choque e até com profunda indignação foi recebida a notícia da Lei que dá um
novo nome ao correto da Praça da Liberdade em Caicó, além do nome é a fora da
homenagem, um monumento de uma burra. Foram públicas, de imediato, diversas
declarações de repúdio. A própria família do homenageado questionou.
A Praça da Liberdade, deveria ser
um monumento a liberdade, defesa da memória, resistência e luta dos que lutaram contra a escravidão em nosso município – que teve desde
logo, como aliás se esperava, um largo acolhimento e assim prossegue,
procurando expressar a convicta e sentida oposição a esta intenção de esconde o
nome que tem e não é esquecido, pois ali eram lidas as cartas de alforria de
cada irmão negro liberto da escravidão.
Infelizmente elegemos para nossa câmara
de vereadores figuras incapazes de respeitar a memória histórica do município e
ao mesmo tempo preservar o que é memória da luta e da resistência, um lugar que
é sentido e reconhecido pelo povo caicoense, que em vez de mudar de nome
deveria ser transformando em património histórico municipal e com monumento a
liberdade.
É preciso que a nova câmara de vereadores
e novo prefeito tenham a coragem de corrigi essa aberração histórica.
O Município
não se pode alhear de contribuir para a preservação dessa memória, desse
património. É uma obrigação ética de todos, e também obrigação com a memória histórica
de todo poder democrático.
Burra Cega merece a sua
homenagem, mais num lugar que respeite a sua memória e que depois não seja
mudada por uma nova geração de analfabeto culturais. É preciso criar uma lei
que proíba esse descaso com a história e a memória do povo, sem consulta pública
e com a arrogância de quem chegou ao legislativo.