Essa pergunta eu fiz durante todo o
domingo (17), no encontro de Jovens da
Zona Rural de Lagoa Nova, será que fazemos para colaborar com o desenvolvimento
da criatividade? Para interação direta com o público? Para descoberta de
caminhos expressivos, pessoais e ou, estímulo para criação e encenação de números
cômicos ou dramáticos? Para ser reconhecido e brilhar nos espaços cênicos?
Vivenciar técnicas teatrais e desenvolve a sua
criatividade, comunica-se melhor e descobri caminhos expressivos pessoais
diante da experiência de fazer teatro, fiquei com este questionamento na
minha cabeça durante todo o dia, e a cada apresentação teatral dos grupos no
Encontro de Jovens da Zona Rural de Lagoa Nova, ficava mais evidente a buscar de
uma resposta, diante de uma produção espontânea, sem preocupação com a técnica teatral,
mais ao mesmo tempo, com tanta verdade e acerto.
Depois de ver
todas as apresentações e conversar com alguns dos jovens participantes a
resposta veio naturalmente, da mesma forma que o questionamento.
A gente faz teatro pra poder ser a gente
mesmo. O mundo, as pessoas, a sociedade em que vivemos tudo exige que a gente
seja um personagem, pra atender padrões e expectativas ou para quebrar padrões,
paradigmas e expectativas. Talvez só no palco a gente possa abandonar as personagens
e expressar também o que sétimos em relação à roda da vida.
O
teatro é uma arte que encanta quem assiste e
quem faz. Muitos jovens já passaram pela experiência de se apresentar em uma
peça de teatro quando crianças. Mas para alguns o teatro foi
além da escola e passou a fazer parte das suas vidas. Eu sou um exemplo vivo
desta experiência, e ver a maneira e o cuidado do fazer teatral dos grupos
neste domingo passado me bateu uma nostalgia do inicio da minha vivência.
Fiz teatro durante toda minha vida. Hoje,
não aguento mais estar longe dos palcos. Faço teatro porque percebo que aprendi
principalmente a respeitar e entender as diferenças. No meio teatral há pessoas
de todos os tipos, idades, raças, ‘sexos’. E todos se respeitam. Há uma
cumplicidade maior, há uma abertura para o novo, para o diferente. É um clima
de liberdade, e se aprende muito com isso. Aprender a me colocar no lugar dos
outros e vivenciar diversas situações, provocou a minha emoção desse domingo é
a minha percepção de que muitos daqueles jovens que roubaram toda minha atenção
estão vivenciando uma experiência que é única para cada um deles como foi e
está sendo para mim.
Acredito
que os jovens da Zona Rural de Lagoa Nova, descobriu que para fazer teatro
basta ter vontade, porque, ao contrário do que muitos pensam, teatro não é dom.
É técnica, é estudo, é repetição, é ensaio. Estudar, se esforçar, assistir
peças, ler bastante, aprimorar a prática. Teatro é puro sentimento, dedicação,
repetição, pulsação até chegar ao ponto, até descobrir o enigma, que é o
personagem. É uma prática inesgotável.
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