Foto: Rachel Lúcio |
Foi um ano de descobertas com passeiros de arte, a maioria pessoas simples que não são chamadas de artistas. Esse ano tive muitas oportunidades de escreve, dirigi e representar nossa expressão coletiva, e através do teatro fomos chamados de artistas em varias cidades da nossa querida região do Seridó.
O teatro é minha forma de expressão desde a minha infância, surgiu do espaço vazio e ganhou em nós a sua configuração.
A produção da cultura, acontece independente da vontade de qualquer governo, de qualquer instituição ou grupo, ela acontece pela vontade do fazer, da produção de cada indivíduo livre para criar. O que é produzido por cada um vai se confrontando e tecendo o tecido cultural de um povo.
O teatro tanto pode traduzir a expressão pessoal, como da mesma forma pode fazer num contexto grupal. Ordenar os estímulos que gera a expressão, e por ela verificamos a realidade recriada segundo a caracterização da inteligência e da sensibilidade, como, também da informação de que cada um é portador, nos dá a possibilidade de estarmos nos expressando com verdade.
Criamos e produzimos muito este ano, o que nós falta é a compressão da força que temos como produtores culturais, nos falta a coragem de sermos mais ousados e fazer da nossa arte uma porta aberta para emancipação de todos nós, Agir deferente dos nossos governantes, que só beneficiam os amigos do rei. Como artistas temos a missão de interferi de forma orgânica na elaboração de uma cultura criativa que seja oposição a uma cultura receptiva orientada pelos padrões de consumo da sociedade capitalista, que tem como foco o lucro, impedindo que a arte exerça, de forma absoluta, seu papel social transformador.
Precisamos em 2013 fazer cultura, que faz de cada um agente transformador e não agentes de manutenção da exploração da arte pelo capital. Desejo que todos saiam da sua zona de conforto e se jogue nos palcos, nos espaços, nas ruas e praças para brilhar, para ser estrela. Mas também pra ser agente transformador da nossa história.