sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Aldeia Sesc Seridó




Mais uma vez estamos vivendo a aldeia SESC, um momento muito especial para cultura de nossa cidade, além de exposições, acontece maravilhosos espetáculos de Música, dança, teatro e poesia.  

As ações de formação da Aldeia Sesc Seridó e os debates são momentos importantíssimos para formação profissional e construção do pensamento e fortalecimento da cultura no Seridó.

Sabe aquele ditado?




Quando o governo de Robson Farias naufragou o barco do movimento cultural de Caicó sobre o leme do ex-vereador Leleu, os artistas se lançaram ao mar na luta por um barco que lhes garantissem a continuidade da produção local.

O movimento cultural articulou toda sociedade civil organizada para reivindicar o espaço na gestão cultural do estado em nosso município. Fomos atendidos e passamos a fazer parte da gestão do Centro Cultural Adjunto Dias que se encontrava interditado pelos bombeiros.

No início o esforço foi para garantir a reforma para atender as exigências técnicas dos bombeiros, o que foi conseguido através do RN sustentável, foi criado o terreiro das artes na frente do centro, uma boa iniciativa mais sem muito planejamento e sem a pretensão de ser continuidade do movimento o que naturalmente foi ficando fragilizado e deixou de acontecer.

Por fim o movimento deixou de se reunir e sem vida orgânica transformou-se num mero cargo comissionado do governo, como todos os demais que ali antecederam a gestão cultural. O espaço está para ser reaberto depois de quase três anos de gestão do movimento cultural, e mais uma vez servirá para lançamento da campanha política como sempre aconteceu.

O que está na pintura, é que a sociedade caicoense através da gestão cultural perdeu a oportunidade de articulação para garantir a dinâmica de funcionamento de um espaço que poderia ser democrático, que garantisse o acesso a todas as manifestações, em vez disso criou um mero relacionamento com o atual governo de aceitação das determinações e sem nem um pensamento ou encaminhamento das proposições que o movimento defendia no momento da luta para participar da gestão. Tem sido constrangedor para companheiros que se matem nos espaços de produção e discussão cultural responder sobre a participação dos artistas na gestão cultural.  Em uma reunião recente fomos questionados se éramos só um cargo comissionado atendendo as demandas do governo do estado e se tínhamos a expectativa de manter o cargo comissionado no próprio governo?

São questionamentos difíceis de responder quando se trata de um coletivo, quem é questionado não pode responder a partir do que pensa, principalmente quando esse coletivo não tem mais vida orgânica.  Particularmente não acredito na organização da cultura pelo o estado e nem na estruturação da cultura, acredito que a produção cultural acontece independente de governo, mas se o espaço existe na nossa sociedade devermos construir da melhor maneira possível a nossa participação e contribuição. Não podemos deixar que esses espaços permaneçam sendo espaço de dominação, expressão do poder político e de corrupção.

O centro Cultural depois da sua inauguração ficou mais tempo fechado em reforma do que funcionando para o seu fim. Como se explica que um prédio novo tenha tanta reforma em tão pouco tempo? Já temos pouco recursos para cultura e esse espaço tem consumido uma grana preta a cada governo desde sua abertura. Cada governo fez uma reforma e não conseguiu deixa esse prédio em condições de funcionamento. Agora somos nós os fazedores de cultura na gestão desse espaço, funcionará para que? Para quem? Qual será sua significação para sociedade, teremos tempo de responder em um ano e dois meses?