(Lydia Brasil – Poetisa do Absurdo)
Um
tiranossauro expert em cultura show de bola ornou-se com as máscaras da bravura
e da glória e ofereceu sua ajuda em crítico-de-arte à pobre Casa de Cultura
Popular, hoje, Mansão Ornamental!
Na noite de
abertura da esplendorosa decoração oferecida pela Mansão e nova Casa para
eleição do Sauro Tirano, este passou a censurar publicamente a feiura de um personagem-amargura
de nossa literatura popular, e daí, até a Revista Preá foi dispensada na Mansão!
O personagem feiura em questão foi o lobo do homem, o popular “lobishomem”, modelado
com a arte do lixão pelo artista expressionista “Magão”. Também uma mostra de
vegetação de caatinga pintada por Jacinto, com o pincel da devoção, ficou
disfarçada pela cal na parede da Mansão responsável pela cultura da
desertificação e, o pior, sem despertar nenhuma decepção ao censurador de nossa
arte-concepção, pois, até mesmo o “Bandeirante Paulista”, seu antecessor e
Tirano da Caatinga, à serviço da colonização, que assassinou a cultura nativa
do sertão, teve a permissão de continuar denunciando sua figura de opressor no
paredão da MANSÃO...
Então, o
meu adeus à Mansão Ornamental, porque estou à procura de uma arte que
possibilite encontrar minha raiz nativa de consciência de nação.
Aos
artistas que ficam, deixo a mensagem contínua de sempre, perguntarmo-nos: por
que e para que nossa arte está à disposição?
Arte-conscientização
2015, Caicó – Sertão.